segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Prato pintado por Monteiro Lobato é encontrado em cidade do interior

Obra foi identificada após publicação de foto em um livro. Objeto estava perdido e deverá compor um futuro museu sobre o autor.

Prato possui a rubrica que escritor usava em suas
gravuras. No detalhe, o prefeito  da cidade na década
de 70, recebendo a obra. (Foto: Daniel Corrá/G1)

Um prato com uma pintura feita por Monteiro Lobato foi encontrado na Câmara Municipal da cidade que leva o nome do escritor, no interior de São Paulo. A obra foi doada por Martha, filha de Lobato, para compor um acervo literário que seria instalado no município na década de 70.

O secretário de Cultura e Turismo de Monteiro Lobato, André Barreto, autor do livro “Monteiro Lobato – Cidade e Escritor”, acredita que a pintura tenha sido feita na fazenda que pertenceu ao avô de Lobato, no próprio município, entre os anos 1911 e 1917.  “Possivelmente a família tenha doado o objeto por representar esse período em que o escritor passou por aqui”, afirma.

O livro traz uma foto do então prefeito, José Cauby de Oliveira, ao receber o prato junto com uma máquina de escrever pertencente ao escritor Cassiano Ricardo, nascido em São José dos Campos. A máquina também iria compor o museu, que nunca foi aberto e teve itens perdidos. Na época, a doação do prato foi noticiada pelo jornal Estado de São Paulo, confirmando a veracidade da obra.

A partir do registro no livro, duas funcionárias da Câmara identificaram o prato entre objetos guardados em uma caixa de madeira, que quase teve seus pertences jogados fora. “Não tinha conhecimento que Monteiro Lobato pintava e fiquei emocionadíssima de segurar nas mãos uma relíquia dessas”, conta Rosane Fujisawa, assessora do legislativo.

O prato possui uma rubrica do escritor, do mesmo modo como assinava suas gravuras, e foi encontrado bem conservado. “Este prato representa o patrimônio da nossa história e tem um valor inestimável, pois nunca tivemos registros palpáveis e visuais sobre a passagem de Monteiro Lobato pela cidade”, afirma Barreto.

O objeto também teria valor financeiro relevante, pois universidades federais contam com acervos de objetos pessoais do escritor. Em Taubaté, no fim de 2012, foi inaugurada pela prefeitura uma exposição destacando o lado pintor de Monteiro Lobato. A mostra conta com três obras originais pintadas em 1940.

Para Barreto, o trabalho de resgaste histórico do município teria contribuído para que a peça tenha sido encontrada. “As pessoas estão tendo maior conscientização sobre a importância da nossa história e contribuindo com fotos e objetos que representam nossa cidade”.

A relíquia encontrada está sendo protocolada pela Câmara e deverá compor um novo museu sobre Monteiro Lobato, planejado pela prefeitura. Para isso, a atual administração está tentando junto ao Governo do Estado a apropriação de um prédio que abrigará relíquias do escritor, pintor e patrono do município.

*Por Daniel Corrá/G1

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Um movimento que promete resgatar os valores da política brasileira

Marina Silva e Heloísa Helena (PSOL - AL) no lançamento da Rede
(Foto: Sergio Lima/Folha Press)

A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva dá início hoje (16/02), a um novo ciclo da política em nosso país. Propõe muito mais que a criação de um novo partido, mas uma verdadeira mobilização a fim de discutir os rumos da nossa política e requalificá-la. O movimento “Rede e Sustentabilidade”, segundo Marina, não será oposição, nem situação. Se posicionará pontualmente diante medidas específicas do governo. As alianças também deverão ser fundamentadas, e um filiado ao partido não poderá exercer mais que 16 anos de mandato político. As doações financeiras também ficam restritas às empresas de bebidas – mas abertas às construtoras.

De início, o partido conta com o apoio de políticos como a vereadora Heloísa Helena (PSOL - AL), e o deputado federal Walter Feldman (PSDB – SP). O senador Eduardo Suplicy (PT – SP) também declarou simpatia pelo movimento, mesmo ressaltando sua fidelidade partidária. Artistas como Wagner Moura e Gilberto Gil também endossam o couro de intelectuais que abraçam a causa.

Simpatizantes no lançamento da nova legenda
encabeçada por Marina Silva, hoje (16/02, em Brasília.
 (Foto: Divulgação Rede/Instagram)
Mirando Marina como candidata à presidência em 2014, a criação do partido ainda depende do recolhimento de 500 mil assinaturas dos brasileiros. Também já existe mobilização quanto a isso e somente o lançamento do movimento reuniu mais de mil pessoas em Brasília. A corrida presidencial, no entanto, não será fácil. Dilma (PT) tentará a reeleição – e se nada mudar até lá, tem sua atual gestão com excelente aprovação dos brasileiros. Aécio Neves deve entrar na disputa pelo PSDB e conquistar a oposição mais radical. Eduardo Campos, bem avaliado no Nordeste, ainda é incógnita, mas não é descartado pelo seu PSB.

Os caminhos não serão fáceis e o modelo da “Rede” pode não ser forte suficiente para concorrer com os caciques e veteranos atuais e chegar ao poder tão fácil. Mas é um passo com ideais diferenciados, o que já é de imensa importância. Não importa onde se vai chegar, mas a mudança que queremos promover deve começar por nós mesmos. O primeiro passo é essencial. Se os valores não se perderem, o movimento já é vitorioso.