domingo, 22 de janeiro de 2012

O poder que destrói a sociedade

Foto: Reuters
São José dos Campos viveu um domingo (22/01) assustador. Cerca de 2 mil policiais invadiram o bairro Pinheirinho, área dominada em 2004 por famílias sem moradia, que hoje somam quase 6 mil ocupantes.

Dona do terreno, a massa falida da empresa Selecta, entrou na justiça e pediu a desocupação do lugar. A justiça então determinou a reintegração de posse e após semanas (ou até meses) de impasses, a polícia invadiu o espaço. Os habitantes do lugar reagiram. Montaram barricadas, preparam as famílias, fizeram algumas firulas à imprensa durante as coberturas do caso nos últimos dias, e no fim das contas, estão deixando suas casas, que começam a ser destruídas.

É lamentável ver a situação chegar a um ponto extremo como este. A prefeitura da cidade se omitiu o tempo todo. Omitiu-se por não controlar a situação logo de início, há oito anos. A ocupação ocorreu de maneira ilegal e algo deveria ser feito na época. Porém, tentar barrar a moradia de qualquer indivíduo em algum lugar é impopular e nossos políticos acabam por adiar medidas importantes a serem tomadas, que zelem o bem estar de todos.

Lucas Lacaz Ruiz/A13/Folhapress
O resultado? O pior, infelizmente aconteceu. O mais curioso é que a polêmica desocupação do Pinheirinho acontece justamente em 2012, ano eleitoral. Difícil não relacionar todos os problemas que nossa sociedade enfrenta em relação às práticas e manipulações políticas de nossos governantes. Se outrora a administração de São José se omitiu em controlar a situação, agora a oposição também não pestanejou em incentivar uma guerra joseense. 
Vimos isso claramente diante das posições totalmente opostas dos governos federal e estadual em relação ao caso. Um lado banca de bonzinho, de olho na tão sonhada prefeitura da cidade nas próximas eleições e trata a história com toda destreza, como se bastasse chegar e urbanizar a área (fácil assim!). O outro lado se omite atrás da falta de assistência, de diálogo e de cabíveis medidas para controlar a situação. Dar as caras neste momento, pode simplesmente apertar a corda no pescoço e colocar a administração da cidade em um beco sem saída para uma possível reeleição do partido no poder.

O resultado final é uma guerra entre políticos, pobres sem teto, policiais, e principalmente ideologia. O mais triste de tudo, é ver que situações como esta, terminam de maneira grotesca e agressiva, justamente porque nosso falho sistema político, vive pensando unicamente no poder, deixando a sociedade a deriva de cuidados, comprometendo o bem estar e os direitos de todo e qualquer cidadão.

Esse post pode até ser uma perca de tempo. Dificilmente esse jogo político do qual nos tornamos vítimas mudará e também não trago nenhuma novidade. Mas enquanto uns se dividem em opiniões, dizendo o que acham certo ou errado nessa situação, acho que o nosso problema está mais em cima e prejudica toda a sociedade. O problema do Pinheirinho tem apenas um culpado: o poder. O poder para realizar a desocupação. O “não ter poder” para possuir condições de uma moradia digna e a falta de postura e medidas de nossos governantes, que culminam em situações absurdas como esta, simplesmente pela busca incessante ao poder.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Direto ao ponto: Prefeitura de São José veta aumento da passagem de olho nas urnas

Foto: site Prefeitura de São José dos Campos

A administração de São José dos Campos negou o pedido de aumento da tarifa de transporte coletivo na cidade. O valor, hoje em R$ 2,80, foi alterado no início de 2011 e se aceito, passaria para R$ 3,00 (mesmo valor da cidade de São Paulo, por sinal, o mais caro do Brasil). Segundo informações do site da Prefeitura, não há previsão para um novo reajuste.

A medida soa muito mais como estratégica política do que administrativa ou social. Aumentar o valor da passagem de ônibus este ano, seria um tiro no próprio pé para o prefeito Eduardo Cury. A busca por um novo nome para fazer o PSDB seguir na Prefeitura da cidade não será fácil. Qualquer deslize pode por em cheque os planos do partido, que terá o PT, com Carlinhos Almeida, jogando todas as fichas, para conseguir finalmente pisar no Paço Municipal, após 16 anos de administração tucana... 

sábado, 14 de janeiro de 2012

Consumidor procura por eficiência

 Banco Itaú teve mais de 81 mil reclamações no Procon em 2011 (Foto: Alexandre Battiblugli/EXAME)

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), divulgou na última sexta-feira um balanço apontando 1,7 milhão de reclamações registradas no Procon por todo o Brasil em 2011.

Bancos e operadoras de telefonia móvel lideram o ranking de reclamações. O Itaú, maior banco privado do país, aparece no topo da lista com 81.946 reclamações; em segundo lugar, a operadora de telefonia Oi com 80.894 reclamações, seguida da Claro e Embratel, com 70.150 queixas.

Segundo o boletim, reclamações contra cartão de crédito representaram 9,21% do total das queixas registradas no ano passado.

Os motivos das reclamações, no entanto, foram variados e vão da falta de uma informação adequada até cobranças indevidas por algum serviço.
Minha observação fica justamente com o líder do ranking. Desde o fim de novembro, tive que abrir uma conta no Itaú, para poder receber meu salário, pois a empresa em que trabalho só realiza depósitos por meio deste banco.

Hesitei, afinal estava satisfeito com minha atual agência, porém da concorrência. Mesmo assim, decidi encarar bem a mudança e ser receptivo com minha nova conta. Porém, tive dores de cabeça com o Itaú logo de início. Em menos de 2 meses com o serviço, passou por minhas mãos, exatos 3 cartões de débito: todos com defeito de fabricação. Após dois meses telefonando, fazendo inúmeras reclamações e relatando meu problema, sem ninguém conseguir indentificá-lo, tive que recorrer a consultoria de RH de onde eu trabalho, para pressionar minha agência, afinal, eu precisava pagar minhas contas e estava simplesmente impedido de sacar dinheiro.

Foram quase dois meses para que conseguissem identificar meu problema, para conseguirem buscar uma solução. Agora, aguardo a chegada “com urgência”, segunda a gerente da minha agência (porém estabelecendo o prazo tradicional de 10 dias para entrega), para a chegada do meu 4º cartão do Itaú.

Após a divulgação deste ranking e o posicionamento da marca no topo da lista, eu realmente fico preocupado com os próximos problemas que poderei enfrentar. Vou continuar hesitando e ficando com o pé atrás, e não só com o Itaú. É incrível como serviços bancários, de telefonia móvel, de compras e tantos outros, dão dores de cabeça ao consumidor para resolver problemas. É uma dificuldade imensurável sequer para conseguir falar com algum atendente humano, após ficar horas brigando com as mensagens eletrônicas ao telefone.

Fazer lindas campanhas, aderir o conceito de sustentabilidade e mostrar inovação  é muito lindo. Mas o consumidor quer mais. O consumidor também quer uma fidelidade recíproca, quer respeito, quer uma relação de confiança e poder encontrar suporte para resolver erros cometidos por qualquer lado que seja. É evidente que as empresas no Brasil, seja qual forem suas áreas de atuação ainda estão muito longe disso. 

sábado, 7 de janeiro de 2012

O público quer ver gente como a gente...

Evaristo Costa e Sandra Annenberg na bancada do "Jornal Hoje" (foto: Divulgação/Rede Globo)
O Jornal Hoje começou de forma descontraída a primeira semana de 2012. Com o tradicional estilo despojado de seus apresentadores, Sandra Annenberg e Evaristo Costa, o telejornal caiu na boca do povo, e figurou entre os assuntos mais falados nas redes sociais na segunda-feria, dia 02/01.

O feito foi resultado de uma piada contada por Evaristo na edição do programa. Ao anunciar uma matéria sobre  mamão, o apresentador perguntou em um trocadilho, se a colega de trabalho gostava de “uma mão”. Sandra respondeu que sim e Evaristo estendeu a mão a ela (assista no vídeo abaixo). Ambos caíram na gargalhada ao vivo e na maior naturalidade, deram sequência ao programa.

Além da forte química entre si, já é comum Sandra e Evaristo quebrarem o protocolo com comentários, brincadeiras e até mesmo beijo no rosto durante o telejornal, caindo nas graças de todos.

Afinal, o público gosta de ver pessoas comuns do outro lado da telinha e que os jornalistas fujam da formalidade, brinquem, riam e mostre que são pessoas normais diante as câmeras. Todos nós gostamos de ver um pouco de nós mesmos naquilo que faz parte do nosso dia a dia.

O Jornal Hoje, mesmo que discreta e despojadamente esta aí como mais uma das estratégias da Rede Globo em se relacionar mais de perto com o público e se aproximar da classe C. Com sua pauta mais leve, a atração se divide entre o noticiário e o entretenimento e às vezes, além de “uma mão”, oferece uma boa oportunidade para descontrair o público.