domingo, 30 de dezembro de 2012

Um prefeito além da política

Gabriel Vargas, prefeito de Monteiro Lobato de 2009 a 2012
 (foto: reprodução)
A cidade de Monteiro Lobato encerra 2012 ao seu tradicional estilo: pacata. Encerra-se também uma gestão de quatro anos do prefeito Gabriel Vargas, que no meu ponto de vista, mexeu com a cultura e tradição da cidade.

O grande problema quando Vargas ganhou a eleição, foi achar que ele salvaria o mundo. Mudaria radicalmente nosso município. Seria uma versão Obama, porém lobatense. Contudo, em uma cidade pequena, onde recursos são escassos, a política e o modo de pensar das pessoas ainda se prendem ao passado, não é fácil mudar muita coisa.

Mesmo assim, nas pequenas atitudes, acredito que Vargas tenha realizado um bom mandato e mudado um pouco as características da “velha” Monteiro Lobato.

Logo no início, Vargas mostrou a aliados e oposicionistas que a política seria apenas um detalhe da sua gestão. Levaria consigo seus próprios princípios para governar. Seria o mesmo Vargas de sempre. Aquele que a comunidade mais humilde batia à porta de seu Mercado e de sua casa, pedindo ajuda para pagar uma conta de água, comprar um botijão de gás, ou facilitar a forma de pagamento no seu estabelecimento. Aquele que se enchia de orgulho ao dar o primeiro emprego aos jovens lobatenses, e ficava mais feliz ainda ao vê-los alcançando voos mais altos.

Vargas assustou a todos (e causou revolta em alguns) ao chamar profissionais que eram oposição para compor alguns de seus cargos de confiança. Segundo ele, seu critério foi a competência, e claro, a confiança, como o próprio cargo pede. Duvidamos de alguns profissionais em suas pastas. Alguns realmente não deram certo e houve mudança. Em determinados casos, a população mostrou sua voz, pedindo ação. Outros continuam lá, afinal, nem sempre é possível agradar a todos.

O mais importante, é que deixando todo partidarismo de lado, Vargas conseguiu coisas importantes para Monteiro Lobato. Conseguiu o maior número de emendas parlamentares desde 1997. Somente em 4 anos, arrecadou cerca de 10 vezes mais que durante todos os 12 anos anteriores a sua gestão. Foram mais de 5 milhões de reais investidos. A frota de veículos públicos foi renovada. Ônibus, caminhões, carros oficias e ambulâncias não eram trocados há anos, circulando em condições precárias. Na educação, todas as escolas foram reformadas e ganharam melhor estrutura. Livros foram comprados, a merenda otimizada, e grande parte da população está satisfeita com o aprendizado de nossas crianças. A cultura e o turismo também contaram com importantes realizações. Pela primeira vez, nossa cidade explorou seu potencial turístico e educacional para literatura, levando o nome do escritor Monteiro Lobato para fomentar o debate e à prática da leitura.

Sim, precisamos aprimorar ainda mais para que tenhamos um turismo ainda mais sustentável e estruturado, mas os primeiros passos foram dados.  Vimos obras lendárias saírem do papel nesses quatro anos, como a revitalização do asfalto que liga Monteiro à São Francisco Xavier, a manutenção e inauguração do novo asfalto do bairro do Souzas, o asfalto na Rua Bernardino de Campos, a conclusão do novo prédio do Posto de Saúde, as academias ao ar livre e duas obras famosas: a revitalização da SP-50 e a reforma da Praça Comendador Freire. Quanto a Praça, talvez tenha faltado um pouco de planejamento, sendo que as obras, em plena temporada de verão, desagradaram (e com toda razão) comerciantes, moradores e turistas. Nos resta esperar que o projeto fique realmente bom e traga benefícios.

Vargas, como todo ser humano, não é perfeito. E em dados momentos faltou maior rigidez na área do transporte coletivo e da saúde. A última está longe de ser satisfatória, e infelizmente, é um problema generalizado em nosso país.

Como prefeito, Vargas atuou muito mais como pessoa, do que como político. É evidente. Prova disso foi a decisão de não concorrer a um segundo mandato (mesmo tendo obras públicas que o ajudassem no pleito para mostrar uma boa gestão). Vargas sai da vida pública com a sensação de dever cumprido e garante que volta ao comando do seu comércio após alguns dias de férias.

Nossa cidade não alcançou nenhum desenvolvimento incrível nos últimos quatro anos. Contou com pequenas e importantes realizações. Não nos tornamos nenhuma potência, mas demos passos que podem nos levar a referência em nossa região. Não contamos com a melhor segurança do mundo, mas ainda podemos andar com tranquilidade nas ruas. Não tivemos um prefeito salvador da pátria, mas tivemos um administrador íntegro, honesto, de caráter, com boas intenções. Vargas não jogou o jogo da política. Optou pelos seus princípios. Pode não ser o melhor prefeito, mas deixa um exemplo de grande pessoa. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

SP-50: além do cuidado dobrado...

Trecho em obras da rodovia SP-50 (Foto: Thiago Leon/O Vale)

Dois graves acidentes em uma semana (um deles envolvendo a prefeita eleita de Monteiro Lobato, Daniela de Cássia, e seus familiares), chamam atenção para problemas na rodovia SP-50, que liga São José dos Campos à Campos do Jordão.

São freqüentes as ocorrências no local, que recentemente ganhou reforma completa. Novo asfalto e nova sinalização são acompanhados de velhos gargalhos.  A estrada não tem acostamento, possui curvas extremamente perigosas, mato alto (que começa a esconder até mesmo a nova sinalização) e conta com obras que deixam muitos trechos com apenas meia pista acessível.

A SP-50 possui movimento intenso aos dias de semana, uma vez que grande parte da população de Monteiro Lobato e São Francisco Xavier se desloca à São José para trabalhar. Aos fins de semana e feriados, é a vez dos turistas que trafegam pela Serra utilizarem o trajeto. No total, cerca de 2.200 veículos trafegam na rodovia por dia.

Não dá para negar também a falta de conscientização dos motoristas que desrespeitam os limites de velocidade recomendados e realizam manobras e ultrapassagens perigosas em uma rodovia que não oferece condições para isso.  Se um carro invade a pista, ou se em uma das inúmeras curvas sinuosas perde-se o controle do veículo, o condutor não tem escolha e tais imprudências podem resultar em vítimas fatais.

A SP-50 é carente de radares, fiscalização de polícia rodoviária e principalmente manutenção periódica. Deve haver maior agilidade da DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e do próprio governo para combater a precariedade da rodovia. Precisamos ficar atentos e além de cobrar mais dos responsáveis, devemos tomar os cuidados necessários ao volante, dirigindo por nós, e pelos outros. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Minha primeira vez...

Esta é minha primeira eleição. Por mais que todos nós estejamos cansados de nossos políticos e de todo esse sistema que não funciona em nosso país, estou ansioso para votar pela primeira vez. Desde pequeno frequentava com meu pai os comitês políticos em Monteiro Lobato (SP). Saíamos em carreatas de campanhas, levantávamos bandeiras e fazíamos uma festa. Em algumas vezes perdemos, em outras ganhamos, mas sempre nos divertíamos.

Nesta eleição, tem sido diferente. Eu, como futuro jornalista, me coloco em outra posição. Meu papel este ano, não foi levantar a bandeira de algum candidato, mas sim, tentar extrair de todos os postulantes ao cargo de prefeito suas reais propostas e interesses para este singelo município do Vale do Paraíba.

Ouvi muitas propostas. Algumas interessantes e outras absurdas. Parte delas sãos as mesmas, e tenho certeza que dificilmente serão executadas. Ouvi análises sem fundamento e sem conhecimento, de puro cunho partidário. Ouvi da boca de um candidato a seguinte frase: “Eu reclamei da educação e da saúde, mas eu nunca entrei nas escolas, nem nos postos de saúde”. Fiquei profundamente preocupado. Como alguém quer administrar um município, se não conhece de perto e a fundo seus problemas?  

Mas também encontrei candidatos realmente interessados em mudança – pouquíssimos, mas encontrei.  Dá para contar nos dedos de uma mão aqueles que estão realmente preocupados em implantar um novo ciclo de gestão e um novo modelo para nossa política.  

Atualmente, faltam políticos que sejam mais humanos. Faltam políticos que se preocupem e administrar, em fazer uma boa gestão para a população sem a obsessão absurda pelo poder.   

Sou jovem e estou cansado de discursos e estratégias de “caciques”. Precisamos testar o novo, precisamos analisar nossos candidatos por sua competência, formação e caráter.  Nossos futuros representantes devem ter visão de administração, planejamento e humanização.  É difícil encontrar candidatos assim? Sim, é difícil. Mas precisamos ser mais atuantes e pesquisar sobre cada indivíduo. É fundamental elevarmos nosso nível de crítica e de visão.

Pode ser pura ilusão, mas quero sentir que meu voto valerá a pena. Quero sentir que independente de qualquer coisa, votarei em alguém por acreditar em suas propostas e achá-las coerentes e concretas. Orgulho é sentir que encontrei um candidato em que eu acredito pelo o que ele tem a oferecer para todo um coletivo. Este ano, aquele que teve os pés no chão, mostrou um trabalho eficiente em outras oportunidades, mostrou seu caráter e intenções sinceras e verdadeiras ganhou o meu voto.  Mais que votar com consciência, vamos exercer nossa cidadania de forma atuante. A mudança começa por nós. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Saindo de uma fria (com Luiza Erundina)

Foto: Evelson de Freitas A/E
A deputada Luiza Erundina (PSB)  desistiu de seguir como vice do pré-candidato petista Fernando Haddad para as eleições na cidade de São Paulo. A decisão se deu após o PT firmar aliança com Paulo Maluf (PP) no início da semana, o que proporcionará a chapa, acréscimo de 1min35seg na propaganda eleitoral para TV.

A aliança com Maluf, antiga oposição petista, mostra o desespero do partido em dar visibilidade ao pré-candidato no pleito. Até agora, segundo a pesquisa Datafilha, Haddad tem apenas 8% das intenções de voto, contra 30% de José Serra (PSDB) e 21% de Celso Russomano (PRB). O ex-ministro da educação do governo Lula tem um longo caminho pela frente, e todo tempo de exposição na mídia é comemorado com glória, principalmente pelos marqueteiros da campanha. Só a imagem de Lula, que está ausente dos palanques desde o início do tratamento de um câncer, não será suficiente.

A iniciativa de Erundina em deixar a chapa, deve ser aplaudida, pois reforça os princípios da candidata, que teve Maluf como principal adversário em eleições passadas, brigando por ideais completamente diferentes. A ex-prefeita da capital paulista, pode não ter feito uma gestão gloriosa durante seu mandato em 1988, mas mostra uma faceta que não existe no atual cenário político brasileiro.

Enquanto Lula dá a mão aos adversários em troca de tempo na TV, afim de conseguir eleger lideranças estratégicas para o partido Brasil a fora, independente da ideologia ou caráter de quem agora passa a ser aliado, Luiza Erundina mostra uma atitude rara atualmente: a de não ir contra seus princípios e ser fiel ao seu eleitorado, relutando em não apoiar quem não confia ou não acredita.

O posicionamento da deputada pode até ser duro demais, e parecer antiquado aos procedimentos políticos atuais, mas mostra que ainda temos políticos que não topam dar as mãos a corruptos e picaretas a qualquer custo. A decisão de Erundina sem dúvida prejudicará ela e seu partido de galgarem espaço na administração da capital (e até na esfera federal), porém reforça os objetivos ideológicos e o histórico político da deputada, em um cenário onde cada vez mais vale tudo pelo poder.

sábado, 21 de abril de 2012

Sem nome forte para disputar a prefeitura, hegemonia tucana é ameaçada em São José

O deputado federal, Emanuel Fernandes, durante campanha do atual prefeito Eduardo Cury em 2008
Dos seis nomes do PSDB indicados para disputar a corrida eleitoral na cidade de São José dos Campos, quase todos são desconhecidos da população. Diante disso, é grande a pressão para que o deputado federal Emanuel Fernandes se candidate. Na torcida, até mesmo o governador Geraldo Alckimin ao depu tem garantido seu forte apoio ao deputado, juntamente com principais nomes da cúpula tucana no estado de São Paulo.  Emanuel, no entanto, nega a possibilidade de concorrer a prefeitura joseense e coloca o partido em meio ao caos.

Segundo uma pesquisa do jornal “O Vale,” ele venceria as eleições em primeiro turno. Porém cedendo lugar a outros nomes, abre caminho para o pré-candidato do PT, Carlinhos Almeida, liderar a disputa com folga.

O problema do PSDB está na falta de planejamento político, não só para São José dos Campos. É corriqueiro que os candidatos do partido, Brasil a fora, confirmem as candidaturas em cima da hora, não decolando nas campanhas eleitorais.

Em São José, caso Emanuel resista à disputa, os 16 anos de hegemonia na prefeitura podem ser ameaçados, uma vez que não há outro nome forte o suficiente na chapa para concorrer ao pleito. Se os tucanos tivessem o mínimo de planejamento, haviam trabalhado em um novo candidato, como plano B na disputa, pelo menos nos últimos quatro anos. Agora fica essa indecisão toda que só beneficia a oposição e pode confundir a população.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

E o Instagram virou pão com ovo...?

Nesta semana, o aplicativo ganhou sua versão para Android, causando polêmica nas redes sociais
Foto: divulgação
O Instagram, aplicativo para filtros e efeitos em fotografias está disponível para o Android (sistema operacional do Google, existente em tablets, smartphones e celulares – na maioria das vezes mais baratos que os aparelhos da Apple). Com o acontecimento, a ferramenta deixa de ser restrita aos “Apple users” e outras pessoas poderão brincar de ser “vintage”.

Muitos questionam o uso da fotografia em plataformas móveis, deixando de lado o olhar profissional de muitos fotógrafos. Porém, é absolutamente saudável termos a oportunidade de sair fotografando belas cenas do nosso dia a dia e poder dá-las um toque retrô, com um efeito especial e compartilharmos com nossos contatos virtuais. Ruim apenas é o uso demasiado da ferramenta ou usá-la de maneira que agrida ou cause desconforto aos outros.

Nesta semana, o lançamento do Instagram para o Android causou frisson nas redes sociais e confesso que – como usuário do sistema e feliz por poder me aventurar no mundo das fotografias belas e levemente manipuladas – me assustei com a reação dos “Apple maníacos”, que atribuíram a situação como “okutização” do sistema.

Indignados, muitos usaram termos pejorativos aos novos indivíduos que agora poderão aderir ao Instagram. No twitter, mensagens machistas e de cunho nazista foram destaque, ao lado de adjetivos como “pobres”, e “beneficiários do bolsa família” aos novos integrantes.

Foto: reprodução

Entendo perfeitamente o medo da popularização excessiva destas ferramentas, mas me questiono por que nos incomodamos tanto com a pluralidade de sua disponibilização. O problema não é todos possuírem um aplicativo que permite compartilhar fotos bonitinhas com seus amigos, e sim a maneira como ele será usado. E quem me garante que a restrição a apenas algumas pessoas, talvez de classe social um pouco maior, não lhe proporcione também um uso ruim? O universo pode ser novo para muita gente, mas não é justo querer  privar um ou outro de poder desfrutar das novas tecnologias disponíveis atualmente.  No início pode até ser que um ou outro escorregue na forma de utilização, mas todos pegam o jeito da coisa com o passar do tempo. Ninguém nasce andando. E mesmo assim, logo mais outro aplicativo ainda mais interessante já haverá surgido e todos estarão migrando para ele, transformando o luxuoso Instagram em um mero Orkut.

Confesso que muitos não exploram seu poder de comunicação e postam coisas desnecessárias e irritantes nas redes sociais. Mas somos livres e temos permissão de acessar ou não todo este conteúdo. Ninguém nos obriga a seguir ninguém, muito menos de consumir o conteúdo de nossos contatos online. Somos nós que escolhemos aquilo que queremos ver e isso também se insere no bom uso das redes sociais. Aplicar filtros em fotos é fácil, agora, poupar comentários desagradáveis a quem pode aderir às novidades virtuais e filtrar o conteúdo que recebemos dela, parece difícil até aos mais finos. Porque pra mim, pouco se diferencia quem tira foto de um simples pão com ovo ou de uma taça de champagne para descrever algum momento interessante de sua vida...

domingo, 25 de março de 2012

Parque tem vocação para se transformar em 'cidade tecnológica' em São José dos Campos

A intenção é que cerca de 200 mil pessoas trabalhem ou estudem no local, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região.

Com mais de 25 milhões de metros quadrados, o Parque se prepara para receber novas empresas e instituições de ensino (foto: Daniel Corrá)
Daniel Corrá/São José Dos Campos - Em 2005, dois ex-alunos da turma de doutorado do Instituto Tecnológico Aeroespacial (ITA), Nei Brasil e Benedito Maciel, fundaram em São José dos Campos, a Flight Technologies, uma empresa de desenvolvimento em soluções inovadoras, com foco no setor aeronáutico. Inicialmente na incubadora do ITA, a Flight se mudou para o Parque Tecnológico em 2008 e hoje emprega cerca de 30 profissionais, sendo referência no mercado. “Agora, buscamos a liderança latino americana no nosso setor”, afirma Noli Kozenieski, gerente comercial do negócio.

A Flight é apenas uma das mais de 30 empresas presentes atualmente no Centro Empresarial I, do Parque. Situado em uma área de 25 milhões de metros quadrados, às margens da Via Dutra, o núcleo é destaque por abrigar empreendimentos de setores intensivos em conhecimento, com prioridade para as áreas de energia, aeronáutica, saúde e recursos hídricos e saneamento ambiental, e institutos de pesquisa e ensino. Essa concentração tecnológica combinada proporciona a oportunidade de interação entre si. “O fato de você reunir empresas do setor que têm afinidade e sinergia no trabalho é extremamente estratégico e funcional”, defende Kozenieski.

Para Liv Taranger, Assessora de Comunicação do Parque, o ambiente de convivência estimula o empreendedorismo, garantindo às empresas um acesso privilegiado a laboratórios, profissionais com alta qualificação e novas oportunidades de negócios. “Nosso objetivo é estimular o desenvolvimento de uma rede de conhecimento, tecnologia e inovação que gere soluções com amplitudes globais”, afirma Liv.

Quem trabalha no Parque, também enxerga grandes oportunidades de crescimento profissional. Luciana Guimarães, Analista de Recursos Humanos da Vale Soluções em Energia (também situada no complexo), mora em Pindamonhangaba e se locomove para São José de segunda à sexta-feira, sem medir esforços. “Aqui eu vislumbrei um crescimento profissional, pois é onde estão as melhores empresas e as ‘coisas acontecem’”, conta a Analista. Luciana sai de Pinda pela manhã, logo após deixar o filho de dois anos na escola, e percorre cerca de 50 km até o local de trabalho. “Existe um gasto com combustível e certo cansaço físico, mas a relação custo-benefício vale muito a pena”, garante.

Para o economista Edson Trajano, momentos de crise mundial podem ser grandes oportunidades para empresas de pequeno porte e cunho empreendedor e tecnológico, como as do Parque (foto: Daniel Corrá)

Novos Investimentos 
Visando atrair ainda mais novas empresas e instituições, o Parque começa agora a dar novos passos. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) anunciou o investimento de 65 milhões de reais na construção de um novo campus no “Parque das Universidades”, um espaço de 400 mil metros quadrados onde já está abrigada a Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos (Fatec). Além disso, ainda nesse semestre serão iniciadas as obras do Centro Empresarial II, um investimento de mais de 13 milhões de reais, financiado pela Prefeitura da Cidade, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O novo pólo deverá abrigar 50 novas empresas e ser concluído em 2014.

Implantado em março de 2006, o Parque Tecnológico de São José dos Campos integra o Sistema Paulita de Parques Tecnológicos, um projeto da Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento. Atualmente, o núcleo tecnológico ao todo, conta com dois mil profissionais e somente em 2011 os empreendimentos no local faturaram cerca de 2,5 milhões de reais. A previsão, é que dentro de 15 e 20 anos, exista até 200 mil pessoas estudando ou trabalhando no Parque. “A ideia é nos transformarmos em uma cidade tecnológica dentro de São José”, revela a assessora de imprensa.

RM Vale e crise europeia
Todo o desenvolvimento e crescimento do Parque Tecnológico podem ganhar ainda mais força com a recém-criada Região Metropolitana do Vale do Paraíba, um instrumento jurídico que permite o planejamento de questões que envolvem as cidades da região, integradas de forma territorial e econômica. A RMVale, traz entre outros benefícios, o aumento no repasse de verbas estaduais e federais para investimento na região. Para o economista e professor da Universidade de Taubaté, Edson Trajano, a região metropolitana facilita ações de políticas regionais de desenvolvimento. Trajano, que é Doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP), ressalta a importância do Parque Tecnológico para o processo de inovação tecnológica regional, indispensável no aumento da produtividade do trabalho e da competitividade das empresas locais. “Existe consequentemente a contribuição para a ampliação da renda e do emprego regional””, afirma.

O professor acredita também, que nem o cenário econômico mundial abalado deve ameaçar o investimento em empresas de médio porte e nacionais, como as situadas no Parque. Ao contrário, momentos como esse podem abrir oportunidades para esse nicho de negócio se fortalecer e ser a base para alavancar ainda mais nossa economia. “Nas últimas décadas a região cresceu com uma economia baseada nas grandes empresas multinacionais, pode ser um bom momento para mudar esse quadro”, avalia Trajano. Mesmo com a crise europeia ameaçando grandes corporações, por enquanto o Brasil se mantém forte e este modelo de empresas empreendedoras, cada vez mais crescente no Vale do Paraíba, é a prova que o Parque Tecnológico pode ser a “galinha dos ovos de ouro” da nossa região.


Reportagem publicada no Jornal Diário de Taubaté, em 16 de março de 2012.

domingo, 18 de março de 2012

Escola com estilo de primeiro mundo em Monteiro Lobato, recebe selo da Unesco

Foto: reprodução


Além das qualidades e diversas características fascinantes, citei também o problema financeiro que o local enfrenta. Atualmente todos os funcionários do Instituto realizam trabalho de forma voluntária e ainda assim, conseguem oferecer educação de alta qualidade para diversas crianças e adolescentes da cidade e região.

No início de 2012, a escolarecebeu o selo de Reserva da Biosfera pela Unesco. No dia 09 de março, o “Planeta Vanguarda”, programa de cunho ambiental da TV Vanguarda, filiada da Rede Globo no Vale do Paraíba, exibiu uma reportagem sobre essa conquista, ressaltando um de seus principais traços: a preservação ambiental (que além do cuidado com a mata, e biodiversidade natural à sua volta, inclui também ações ligadas à reciclagem e geração de energia renovável). 

O trabalho desenvolvido pelo Instituto Pandavas é realmente emocionante e inspirador. Confira a reportagem na íntegra, neste link.

sábado, 3 de março de 2012

Uma história que simplesmente nos remete "à vida da gente"...

Cena final da novela "A vida da Gente". (Foto: Divulgação/Rede Globo)
Chegou ao fim ontem (02/03) mais uma brilhante obra ocupando a faixa das 18h da teledramaturgia da Rede Globo. “A Vida da Gente”, da estreante Lícia Manzo mal acabou e já deixa saudades.

Já havia comentado aqui no blog sobre todo o trabalho primoroso envolvendo “Cordel Encantado”, antecessora da trama de Lícia. Em “A vida da gente” o telespectador pode acompanhar uma história delicada e doce, recheada de possibilidades nos desfechos entre seus principais personagens. O enredo fugiu do comum e do clichê e conseguiu encantar seu público fiel, aproximando-se da realidade dos encontros e desencontros vividos por cada um. Enfatizando a realista passagem do tempo na vida de cada um e nos levando até mesmo à reflexão.

Mesmo não esbanjando audiência e terminando com média geral de 22 pontos (um dos números mais baixos do horário, desde 2008), a novela primou também na qualidade de imagem, no elenco afinado, na linguagem e trilha sonora poética e em sua excelente fotografia – que confesso, pecou apenas na repetição de alguns recursos.

Agora “A vida da gente” acaba e pra variar, nenhum noveleiro de plantão gosta do desfecho da trama. Quem gosta de fim de novela, afinal? Talvez porque queremos que ela continue, ou talvez, com aparenta esse caso, porque ela realmente nos remete à vida da gente...

domingo, 22 de janeiro de 2012

O poder que destrói a sociedade

Foto: Reuters
São José dos Campos viveu um domingo (22/01) assustador. Cerca de 2 mil policiais invadiram o bairro Pinheirinho, área dominada em 2004 por famílias sem moradia, que hoje somam quase 6 mil ocupantes.

Dona do terreno, a massa falida da empresa Selecta, entrou na justiça e pediu a desocupação do lugar. A justiça então determinou a reintegração de posse e após semanas (ou até meses) de impasses, a polícia invadiu o espaço. Os habitantes do lugar reagiram. Montaram barricadas, preparam as famílias, fizeram algumas firulas à imprensa durante as coberturas do caso nos últimos dias, e no fim das contas, estão deixando suas casas, que começam a ser destruídas.

É lamentável ver a situação chegar a um ponto extremo como este. A prefeitura da cidade se omitiu o tempo todo. Omitiu-se por não controlar a situação logo de início, há oito anos. A ocupação ocorreu de maneira ilegal e algo deveria ser feito na época. Porém, tentar barrar a moradia de qualquer indivíduo em algum lugar é impopular e nossos políticos acabam por adiar medidas importantes a serem tomadas, que zelem o bem estar de todos.

Lucas Lacaz Ruiz/A13/Folhapress
O resultado? O pior, infelizmente aconteceu. O mais curioso é que a polêmica desocupação do Pinheirinho acontece justamente em 2012, ano eleitoral. Difícil não relacionar todos os problemas que nossa sociedade enfrenta em relação às práticas e manipulações políticas de nossos governantes. Se outrora a administração de São José se omitiu em controlar a situação, agora a oposição também não pestanejou em incentivar uma guerra joseense. 
Vimos isso claramente diante das posições totalmente opostas dos governos federal e estadual em relação ao caso. Um lado banca de bonzinho, de olho na tão sonhada prefeitura da cidade nas próximas eleições e trata a história com toda destreza, como se bastasse chegar e urbanizar a área (fácil assim!). O outro lado se omite atrás da falta de assistência, de diálogo e de cabíveis medidas para controlar a situação. Dar as caras neste momento, pode simplesmente apertar a corda no pescoço e colocar a administração da cidade em um beco sem saída para uma possível reeleição do partido no poder.

O resultado final é uma guerra entre políticos, pobres sem teto, policiais, e principalmente ideologia. O mais triste de tudo, é ver que situações como esta, terminam de maneira grotesca e agressiva, justamente porque nosso falho sistema político, vive pensando unicamente no poder, deixando a sociedade a deriva de cuidados, comprometendo o bem estar e os direitos de todo e qualquer cidadão.

Esse post pode até ser uma perca de tempo. Dificilmente esse jogo político do qual nos tornamos vítimas mudará e também não trago nenhuma novidade. Mas enquanto uns se dividem em opiniões, dizendo o que acham certo ou errado nessa situação, acho que o nosso problema está mais em cima e prejudica toda a sociedade. O problema do Pinheirinho tem apenas um culpado: o poder. O poder para realizar a desocupação. O “não ter poder” para possuir condições de uma moradia digna e a falta de postura e medidas de nossos governantes, que culminam em situações absurdas como esta, simplesmente pela busca incessante ao poder.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Direto ao ponto: Prefeitura de São José veta aumento da passagem de olho nas urnas

Foto: site Prefeitura de São José dos Campos

A administração de São José dos Campos negou o pedido de aumento da tarifa de transporte coletivo na cidade. O valor, hoje em R$ 2,80, foi alterado no início de 2011 e se aceito, passaria para R$ 3,00 (mesmo valor da cidade de São Paulo, por sinal, o mais caro do Brasil). Segundo informações do site da Prefeitura, não há previsão para um novo reajuste.

A medida soa muito mais como estratégica política do que administrativa ou social. Aumentar o valor da passagem de ônibus este ano, seria um tiro no próprio pé para o prefeito Eduardo Cury. A busca por um novo nome para fazer o PSDB seguir na Prefeitura da cidade não será fácil. Qualquer deslize pode por em cheque os planos do partido, que terá o PT, com Carlinhos Almeida, jogando todas as fichas, para conseguir finalmente pisar no Paço Municipal, após 16 anos de administração tucana... 

sábado, 14 de janeiro de 2012

Consumidor procura por eficiência

 Banco Itaú teve mais de 81 mil reclamações no Procon em 2011 (Foto: Alexandre Battiblugli/EXAME)

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), divulgou na última sexta-feira um balanço apontando 1,7 milhão de reclamações registradas no Procon por todo o Brasil em 2011.

Bancos e operadoras de telefonia móvel lideram o ranking de reclamações. O Itaú, maior banco privado do país, aparece no topo da lista com 81.946 reclamações; em segundo lugar, a operadora de telefonia Oi com 80.894 reclamações, seguida da Claro e Embratel, com 70.150 queixas.

Segundo o boletim, reclamações contra cartão de crédito representaram 9,21% do total das queixas registradas no ano passado.

Os motivos das reclamações, no entanto, foram variados e vão da falta de uma informação adequada até cobranças indevidas por algum serviço.
Minha observação fica justamente com o líder do ranking. Desde o fim de novembro, tive que abrir uma conta no Itaú, para poder receber meu salário, pois a empresa em que trabalho só realiza depósitos por meio deste banco.

Hesitei, afinal estava satisfeito com minha atual agência, porém da concorrência. Mesmo assim, decidi encarar bem a mudança e ser receptivo com minha nova conta. Porém, tive dores de cabeça com o Itaú logo de início. Em menos de 2 meses com o serviço, passou por minhas mãos, exatos 3 cartões de débito: todos com defeito de fabricação. Após dois meses telefonando, fazendo inúmeras reclamações e relatando meu problema, sem ninguém conseguir indentificá-lo, tive que recorrer a consultoria de RH de onde eu trabalho, para pressionar minha agência, afinal, eu precisava pagar minhas contas e estava simplesmente impedido de sacar dinheiro.

Foram quase dois meses para que conseguissem identificar meu problema, para conseguirem buscar uma solução. Agora, aguardo a chegada “com urgência”, segunda a gerente da minha agência (porém estabelecendo o prazo tradicional de 10 dias para entrega), para a chegada do meu 4º cartão do Itaú.

Após a divulgação deste ranking e o posicionamento da marca no topo da lista, eu realmente fico preocupado com os próximos problemas que poderei enfrentar. Vou continuar hesitando e ficando com o pé atrás, e não só com o Itaú. É incrível como serviços bancários, de telefonia móvel, de compras e tantos outros, dão dores de cabeça ao consumidor para resolver problemas. É uma dificuldade imensurável sequer para conseguir falar com algum atendente humano, após ficar horas brigando com as mensagens eletrônicas ao telefone.

Fazer lindas campanhas, aderir o conceito de sustentabilidade e mostrar inovação  é muito lindo. Mas o consumidor quer mais. O consumidor também quer uma fidelidade recíproca, quer respeito, quer uma relação de confiança e poder encontrar suporte para resolver erros cometidos por qualquer lado que seja. É evidente que as empresas no Brasil, seja qual forem suas áreas de atuação ainda estão muito longe disso. 

sábado, 7 de janeiro de 2012

O público quer ver gente como a gente...

Evaristo Costa e Sandra Annenberg na bancada do "Jornal Hoje" (foto: Divulgação/Rede Globo)
O Jornal Hoje começou de forma descontraída a primeira semana de 2012. Com o tradicional estilo despojado de seus apresentadores, Sandra Annenberg e Evaristo Costa, o telejornal caiu na boca do povo, e figurou entre os assuntos mais falados nas redes sociais na segunda-feria, dia 02/01.

O feito foi resultado de uma piada contada por Evaristo na edição do programa. Ao anunciar uma matéria sobre  mamão, o apresentador perguntou em um trocadilho, se a colega de trabalho gostava de “uma mão”. Sandra respondeu que sim e Evaristo estendeu a mão a ela (assista no vídeo abaixo). Ambos caíram na gargalhada ao vivo e na maior naturalidade, deram sequência ao programa.

Além da forte química entre si, já é comum Sandra e Evaristo quebrarem o protocolo com comentários, brincadeiras e até mesmo beijo no rosto durante o telejornal, caindo nas graças de todos.

Afinal, o público gosta de ver pessoas comuns do outro lado da telinha e que os jornalistas fujam da formalidade, brinquem, riam e mostre que são pessoas normais diante as câmeras. Todos nós gostamos de ver um pouco de nós mesmos naquilo que faz parte do nosso dia a dia.

O Jornal Hoje, mesmo que discreta e despojadamente esta aí como mais uma das estratégias da Rede Globo em se relacionar mais de perto com o público e se aproximar da classe C. Com sua pauta mais leve, a atração se divide entre o noticiário e o entretenimento e às vezes, além de “uma mão”, oferece uma boa oportunidade para descontrair o público.