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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Manifestações ganham forças e armas eficazes em todo o mundo

Manifestantes se reuniram em Brasília e em outras capitais Brasil a fora, na marcha
contra a corrupção
Quem está sempre atento nos noticiários regionais, nacionais e internacionais pode se deparar facilmente com fatos semelhantes: protestos e mais protestos! Parece que por todos os cantos, vemos comunidades e nações inteiras saturadas e injustiçadas com o sistema político e econômico de onde vivem.

Em Wall Street, centenas de pessoas saíram às ruas contra a enorme remuneração dos altos executivos, os bilhões de dólares gastos pelo governo para resgatar instituições financeiras após a crise de 2008, e as manobras usadas pelas empresas para evitarem o que muitos americanos consideram que seria justo em termos de impostos. A situação política e econômica americana vem passando por um período de grandes dificuldades. O desemprego beira a 10% e recentemente o país viu sua nota de crédito ser rebaixada.

Os efeitos da crise continuam tendo reflexos ao redor do mundo. A Europa sofre uma de suas piores recessões financeiras nos últimos tempos, e vê sua própria moeda perder cada vez mais forças. Atolada de dívidas, a Grécia virou um dos países mais prejudicados do bloco europeu e começou a ter suas ruas tomadas por manifestantes com cada vez mais frequência.

Manifestações contra regimes ditatoriais em países como Egito e outros do Oriente Médio, ganharam força e repercussão na internet, principalmente no Twitter e resultaram, em sua maioria, na queda de grandes ditadores, dando vitória e fortalecendo ainda mais a população.

Manifestantes se reuniram em Brasília e em outras
capitais Brasil a fora, na marcha contra a corrupção
No Brasil, os efeitos da crise ainda são menos nocivos, mas o sistema político insiste em indignar a sociedade.  Em 7 de setembro, 25 mil manifestantes se reuniram em Brasília, sem bandeira de partidos e unidos contra a corrupção, em um movimento que teve início no Facebook. No último dia 12 de outubro, o ato se repetiu e cerca de 20 mil pessoas marcaram presença na capital federal e em outras cidades do país.

Ainda mais perto de nossos umbigos, em São José dos Campos, jovens e grupos religiosos estão empenhados em um movimento massivo contra o aumento de 50% no salário dos vereadores da cidade. A pressão pelos manifestantes tem sido tão grande, que alguns parlamentares já voltaram atrás na decisão, propondo revogação da proposta. Para atrair a população, a comunidade também tem usado de ferramentas virtuais como vídeos e protestos nas redes sociais. Dando apoio as reivindicações, o jornal popularesco “Bom Dia”, tem puxado uma série de movimentos espalhando adesivos em carros com mensagens contra aos “$uper$alários” em São José.

Seja em Wall Street, na Grécia, em Brasília ou na sua própria cidade, as manifestações precisam de cada vez mais força. É a prova de que as pessoas estão ativas, vivas, querem e precisam de mudanças na sociedade em que vivem. É de suma importância aproveitar as diversas ferramentas disponíveis atualmente – sejam vídeos na internet, redes sociais, ou até mesmo jornais locais – para endossar ainda mais estas campanhas.  A população já não pode mais ficar calada e mesmo que seus representantes insistam em fechar olhos e ouvidos diante suas reivindicações, é preciso mostrar-lhes força. Aquela mesma força, que há décadas atrás saía às ruas do Brasil, lotava praças e avenidas e também derrubava ditaduras.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Jobim dá continuidade a dança das cadeiras e põe em cheque as escolhas de Dilma

Nelson Jobim, demitido do Ministério da Defesa ontem, após declarações polêmicas ligadas a política e ao governo

A presidente Dilma está realmente empenhada na faxina em seu ministeriado antes mesmo de completar um ano à frente ao planalto. No mês de junho, após sucessivas denúncias sobre enriquecimento (relacionado ao aumento de seu patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010), o até então ministro da Casa Civil Antônio Palocci foi o primeiro a cair, puxando o arrastão do governo.

Após a saída de Palocci, nome forte no Planalto, outros nomes se enfraqueceram, como o na ocasião ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que disponibilizou o cargo a presidente, resultando em um simples troca-troca ao assumir o Ministério da Pesca, de menor relevância. Em contrapartida, a então ministra da Pesca, Ideli Salvatti, passou a nada mais, nada menos a ocupar a pasta de Sérgio. A mudança gerou polêmica e colocou em questionamento, o nível de proeminência de cada ministério e de seus condutores.
Mas se Dilma pensava que o pior já havia passado, estava enganada. Como se não bastasse, no começo de julho foi a vez do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PP) deixar o cargo após uma série de denúncias na pasta. Junto com Nascimento, mais de 20 integrantes do ministério perderam seus cargos. 

Em Brasília, políticos e escândalos protagonizam e sempre protagonizarão a mesma novela, até mesmo quando o enredo não envolve corrupção. A mais nova vítima da poderosa limpeza de Dilma Rousseff (que deve estar apenas no começo), nada mais é que um dos mais longevos ministros na administração petista, Nelson Jobim (PMDB). Agora ex-ministro, Jobim se viu obrigado a deixar o Ministério da Defesa após sucessivas declarações polêmicas ligadas a política e ao governo. Na semana passada, em entrevista ao canal virtual da Folha e UOL, Jobim afirmou ter votado em José Serra nas eleições de 2010, por sua relação forte de amizade com o tucano há anos. Os ânimos em volta da revelação do ex-ministro pareciam começar a se acalmar esta semana, quando a revista Piauí divulgou novas declarações do peemedebista, criticando a atuação de Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann no governo. Segundo a publicação, ele havia declarado que Ideli é “fraquinha” e Gleisi “nem sequer conhece Brasília”. Foi o basta na situação, e mesmo sendo um ministro respeitado, tendo comandado reformulações na malha aérea e ficado à frente da criação da Comissão da Verdade, e das operações que expulsaram traficantes do complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, Jobim não ficou ileso.

A demissão de Jobim, é apenas o início da faxina que Dilma terá que fazer no Planalto para não desgastar sua imagem publicamente
Alguns julgam as declarações de Jobim atrapalhadas, antiéticas e desnecessárias (e realmente são). Já o próprio peemedebista confirma que elas estão completamente fora do contexto citado na entrevista, o que também parece ser uma forte hipótese, diante do sensacionalismo provocado pela imprensa a cada vírgula excedida por personalidades de conhecimento público. O fato, é que independentemente do desconforto causado, ou da má interpretação das palavras de Jobim, a demissão tem um motivo claro: Dilma não quer expor o governo a polêmicas na mídia e deixar sua imagem ainda mais desgastada com os freqüentes escândalos de Brasília em seus primeiros meses de administração.

Nelson Jobim sempre impôs respeito e seu caráter o manteve afastado de esquemas de corrupção ou qualquer sujeira política e já atuou nas administrações de Fernando Henrique Cardoso e Lula. Foi absolutamente infeliz e deselegante em suas declarações, transmitindo a sensação que realmente não queria mais permanecer no governo e sua demissão, foi apenas o começo da “faxina” que Dilma deve fazer no Planalto até 2012, antes que enfraqueça publicamente. Parece que a presidente começa aos poucos mostrar sua personalidade e seu poder de atuação, e é realmente necessário corrigir os problemas o quanto antes. Mas vale lembrar, ninguém está ocupando uma pasta à toa no governo. Se está ali, foi porque Dilma escolheu e confiou. Até então, parece que a presidente tem se decepcionado em suas escolhas...