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domingo, 17 de março de 2013

Renan e Feliciano: o maior problema está na hora de eleger nossos políticos

Mulher protesta contra Marco Feliciano (Foto: Estadão Conteúdo)
Nos últimos dias temos visto manifestos virtuais e pessoais contra à eleição do deputado Marco Feliciano (PSC) na presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Também vimos protestos recentes contra a eleição de Renan Calheiros (PMDB) à presidência do Senado.

Feliciano é um pastor evangélico, com declarações polêmicas e preconceituosas sobre homossexuais e até mesmo negros – minorias das quais a CDHM tem justamente o objetivo de defender na sociedade. É um grupo que precisa de atenção, para que não sofra discriminação social, racial e afins.  Que pode discutir desde o casamento a homossexual, como o direito a cotas em universidades para negros.

Independente de qualquer outra coisa, são pessoas que vivem em nosso meio e precisam ao menos de respeito. Qualquer comissão que seja no Brasil, precisa ser liderada por alguém isento de ideologia, alguém devidamente preparado e que se identifique com as causas que irão ser tratadas.

O difícil, e talvez ilusório, é encontrar um político que preencha estes requisitos em nosso país. Talvez, muitas outras comissões - das quais aposto que muitos de nós não procuramos sequer saber que existem - são presididas por políticos despreparados. Feliciano porém, abre debate por ocupar uma das mais importantes e de maneira mais polêmica.

A população agora reclama, bate o pé, protesta, faz abaixo-assinado, sobe a rampa do planalto e marca encontro na rua. Tudo muito válido e necessário. Tudo muito ignorado por nossos representantes também. Após um baixo assinado virtual reunir mais de 1,5 milhão de assinaturas contra Renan Calheiros na presidência, e seus responsáveis terem se reunido formalmente no Senado, nada foi feito. O partido de Renan é aliado ao PT de Dilma, e se a presidente interferir pode comprometer sua reeleição em 2014.

Na Câmara, ao que parece, Feliciano também permanecerá como líder da CDHM. E temos que aceitar ambos os indivíduos em seus cargos, afinal, foram eleitos pela população com um expressivo número de votos. Feliciano teve mais de 200 mil. Calheiros passou dos 800 mil.

Mais que protestar contra os cargos que nossos representantes assumem lá no alto, precisamos protestar por políticos mais dignos. Por uma política menos corrupta, menos abandonada. Por uma política voltada para a sociedade. Precisamos exigir políticos mais decentes. Se é ilusório? Talvez seja. Porém, depois, de pouco adianta reclamar do leite derramado. 

sábado, 26 de janeiro de 2013

E o salário ó...

O prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida (PT), sancionou em tempo recorde o aumento de 5% em seu salário, além dos salários dos secretários e servidores públicos. O projeto foi proposto pela Câmara Municipal e aprovado por unanimidade numa sessão extraordinária que também estabelecia a criação da TV Câmara e aumento de 103% no salário do vice Itamar Coppio (PMDB).

Os reajustes ao prefeito e aos secretários chegam a ser aceitáveis, porém, no meu ponto de vista (e no da população também) soam desnecessários.  Um prefeito que acaba de iniciar seu mandato, não necessita de reajuste para pouco mais de 20 mil reais.

Carlinhos e Itamar Coppio.
(Foto: Wendell Marques/O Vale)
No mundo real dos trabalhadores brasileiros, o aumento de salário não vem com facilidade, e muitas vezes se dá após bom desempenho profissional. Nesse caso, nosso prefeito ainda não teve tempo para mostrar o trabalho que será feito em sua gestão.

Absurdo mesmo é um aumento que dobra o salário do vice-prefeito. Agora, Dr. Coppio tem o segundo maior salário de vice no Estado de São Paulo (perdendo apenas para capital). É de se esperar que ele mostre pelo menos muito serviço e faça jus à "promoção" salarial.

Em reportagem ao jornal “O Vale”, meu professor de sociologia na faculdade, Mauricio Rego, faz uma observação importante:  “Hoje o PT está na presidência da Câmara e poderia barrar esse aumento, mas mantém as mesmas aberrações imorais. Qual servidor recebeu mais de 100% de aumento?”.

É bonito nossos partidos pregarem a igualdade social no Brasil, mas a luta somente se torna efetiva se começarmos lá de cima. Perdemos a confiança em nossos políticos e não achamos que eles tenham direito à promoção alguma enquanto não provarem uma conduta séria e comprometida com interesses sociais.

Caros representantes, se preocupem primeiro com a sociedade, com o salário apertado do trabalhador que se equilibra diariamente para pagar suas contas e viver dignamente. Depois, aí sim, quando todos gozarem dos mesmos direitos, pensem em colaborar com quem já está com a vida ganha. 

Atualizado em 29/01 - 22horas.

domingo, 22 de janeiro de 2012

O poder que destrói a sociedade

Foto: Reuters
São José dos Campos viveu um domingo (22/01) assustador. Cerca de 2 mil policiais invadiram o bairro Pinheirinho, área dominada em 2004 por famílias sem moradia, que hoje somam quase 6 mil ocupantes.

Dona do terreno, a massa falida da empresa Selecta, entrou na justiça e pediu a desocupação do lugar. A justiça então determinou a reintegração de posse e após semanas (ou até meses) de impasses, a polícia invadiu o espaço. Os habitantes do lugar reagiram. Montaram barricadas, preparam as famílias, fizeram algumas firulas à imprensa durante as coberturas do caso nos últimos dias, e no fim das contas, estão deixando suas casas, que começam a ser destruídas.

É lamentável ver a situação chegar a um ponto extremo como este. A prefeitura da cidade se omitiu o tempo todo. Omitiu-se por não controlar a situação logo de início, há oito anos. A ocupação ocorreu de maneira ilegal e algo deveria ser feito na época. Porém, tentar barrar a moradia de qualquer indivíduo em algum lugar é impopular e nossos políticos acabam por adiar medidas importantes a serem tomadas, que zelem o bem estar de todos.

Lucas Lacaz Ruiz/A13/Folhapress
O resultado? O pior, infelizmente aconteceu. O mais curioso é que a polêmica desocupação do Pinheirinho acontece justamente em 2012, ano eleitoral. Difícil não relacionar todos os problemas que nossa sociedade enfrenta em relação às práticas e manipulações políticas de nossos governantes. Se outrora a administração de São José se omitiu em controlar a situação, agora a oposição também não pestanejou em incentivar uma guerra joseense. 
Vimos isso claramente diante das posições totalmente opostas dos governos federal e estadual em relação ao caso. Um lado banca de bonzinho, de olho na tão sonhada prefeitura da cidade nas próximas eleições e trata a história com toda destreza, como se bastasse chegar e urbanizar a área (fácil assim!). O outro lado se omite atrás da falta de assistência, de diálogo e de cabíveis medidas para controlar a situação. Dar as caras neste momento, pode simplesmente apertar a corda no pescoço e colocar a administração da cidade em um beco sem saída para uma possível reeleição do partido no poder.

O resultado final é uma guerra entre políticos, pobres sem teto, policiais, e principalmente ideologia. O mais triste de tudo, é ver que situações como esta, terminam de maneira grotesca e agressiva, justamente porque nosso falho sistema político, vive pensando unicamente no poder, deixando a sociedade a deriva de cuidados, comprometendo o bem estar e os direitos de todo e qualquer cidadão.

Esse post pode até ser uma perca de tempo. Dificilmente esse jogo político do qual nos tornamos vítimas mudará e também não trago nenhuma novidade. Mas enquanto uns se dividem em opiniões, dizendo o que acham certo ou errado nessa situação, acho que o nosso problema está mais em cima e prejudica toda a sociedade. O problema do Pinheirinho tem apenas um culpado: o poder. O poder para realizar a desocupação. O “não ter poder” para possuir condições de uma moradia digna e a falta de postura e medidas de nossos governantes, que culminam em situações absurdas como esta, simplesmente pela busca incessante ao poder.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Manifestações ganham forças e armas eficazes em todo o mundo

Manifestantes se reuniram em Brasília e em outras capitais Brasil a fora, na marcha
contra a corrupção
Quem está sempre atento nos noticiários regionais, nacionais e internacionais pode se deparar facilmente com fatos semelhantes: protestos e mais protestos! Parece que por todos os cantos, vemos comunidades e nações inteiras saturadas e injustiçadas com o sistema político e econômico de onde vivem.

Em Wall Street, centenas de pessoas saíram às ruas contra a enorme remuneração dos altos executivos, os bilhões de dólares gastos pelo governo para resgatar instituições financeiras após a crise de 2008, e as manobras usadas pelas empresas para evitarem o que muitos americanos consideram que seria justo em termos de impostos. A situação política e econômica americana vem passando por um período de grandes dificuldades. O desemprego beira a 10% e recentemente o país viu sua nota de crédito ser rebaixada.

Os efeitos da crise continuam tendo reflexos ao redor do mundo. A Europa sofre uma de suas piores recessões financeiras nos últimos tempos, e vê sua própria moeda perder cada vez mais forças. Atolada de dívidas, a Grécia virou um dos países mais prejudicados do bloco europeu e começou a ter suas ruas tomadas por manifestantes com cada vez mais frequência.

Manifestações contra regimes ditatoriais em países como Egito e outros do Oriente Médio, ganharam força e repercussão na internet, principalmente no Twitter e resultaram, em sua maioria, na queda de grandes ditadores, dando vitória e fortalecendo ainda mais a população.

Manifestantes se reuniram em Brasília e em outras
capitais Brasil a fora, na marcha contra a corrupção
No Brasil, os efeitos da crise ainda são menos nocivos, mas o sistema político insiste em indignar a sociedade.  Em 7 de setembro, 25 mil manifestantes se reuniram em Brasília, sem bandeira de partidos e unidos contra a corrupção, em um movimento que teve início no Facebook. No último dia 12 de outubro, o ato se repetiu e cerca de 20 mil pessoas marcaram presença na capital federal e em outras cidades do país.

Ainda mais perto de nossos umbigos, em São José dos Campos, jovens e grupos religiosos estão empenhados em um movimento massivo contra o aumento de 50% no salário dos vereadores da cidade. A pressão pelos manifestantes tem sido tão grande, que alguns parlamentares já voltaram atrás na decisão, propondo revogação da proposta. Para atrair a população, a comunidade também tem usado de ferramentas virtuais como vídeos e protestos nas redes sociais. Dando apoio as reivindicações, o jornal popularesco “Bom Dia”, tem puxado uma série de movimentos espalhando adesivos em carros com mensagens contra aos “$uper$alários” em São José.

Seja em Wall Street, na Grécia, em Brasília ou na sua própria cidade, as manifestações precisam de cada vez mais força. É a prova de que as pessoas estão ativas, vivas, querem e precisam de mudanças na sociedade em que vivem. É de suma importância aproveitar as diversas ferramentas disponíveis atualmente – sejam vídeos na internet, redes sociais, ou até mesmo jornais locais – para endossar ainda mais estas campanhas.  A população já não pode mais ficar calada e mesmo que seus representantes insistam em fechar olhos e ouvidos diante suas reivindicações, é preciso mostrar-lhes força. Aquela mesma força, que há décadas atrás saía às ruas do Brasil, lotava praças e avenidas e também derrubava ditaduras.