domingo, 25 de março de 2012

Parque tem vocação para se transformar em 'cidade tecnológica' em São José dos Campos

A intenção é que cerca de 200 mil pessoas trabalhem ou estudem no local, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região.

Com mais de 25 milhões de metros quadrados, o Parque se prepara para receber novas empresas e instituições de ensino (foto: Daniel Corrá)
Daniel Corrá/São José Dos Campos - Em 2005, dois ex-alunos da turma de doutorado do Instituto Tecnológico Aeroespacial (ITA), Nei Brasil e Benedito Maciel, fundaram em São José dos Campos, a Flight Technologies, uma empresa de desenvolvimento em soluções inovadoras, com foco no setor aeronáutico. Inicialmente na incubadora do ITA, a Flight se mudou para o Parque Tecnológico em 2008 e hoje emprega cerca de 30 profissionais, sendo referência no mercado. “Agora, buscamos a liderança latino americana no nosso setor”, afirma Noli Kozenieski, gerente comercial do negócio.

A Flight é apenas uma das mais de 30 empresas presentes atualmente no Centro Empresarial I, do Parque. Situado em uma área de 25 milhões de metros quadrados, às margens da Via Dutra, o núcleo é destaque por abrigar empreendimentos de setores intensivos em conhecimento, com prioridade para as áreas de energia, aeronáutica, saúde e recursos hídricos e saneamento ambiental, e institutos de pesquisa e ensino. Essa concentração tecnológica combinada proporciona a oportunidade de interação entre si. “O fato de você reunir empresas do setor que têm afinidade e sinergia no trabalho é extremamente estratégico e funcional”, defende Kozenieski.

Para Liv Taranger, Assessora de Comunicação do Parque, o ambiente de convivência estimula o empreendedorismo, garantindo às empresas um acesso privilegiado a laboratórios, profissionais com alta qualificação e novas oportunidades de negócios. “Nosso objetivo é estimular o desenvolvimento de uma rede de conhecimento, tecnologia e inovação que gere soluções com amplitudes globais”, afirma Liv.

Quem trabalha no Parque, também enxerga grandes oportunidades de crescimento profissional. Luciana Guimarães, Analista de Recursos Humanos da Vale Soluções em Energia (também situada no complexo), mora em Pindamonhangaba e se locomove para São José de segunda à sexta-feira, sem medir esforços. “Aqui eu vislumbrei um crescimento profissional, pois é onde estão as melhores empresas e as ‘coisas acontecem’”, conta a Analista. Luciana sai de Pinda pela manhã, logo após deixar o filho de dois anos na escola, e percorre cerca de 50 km até o local de trabalho. “Existe um gasto com combustível e certo cansaço físico, mas a relação custo-benefício vale muito a pena”, garante.

Para o economista Edson Trajano, momentos de crise mundial podem ser grandes oportunidades para empresas de pequeno porte e cunho empreendedor e tecnológico, como as do Parque (foto: Daniel Corrá)

Novos Investimentos 
Visando atrair ainda mais novas empresas e instituições, o Parque começa agora a dar novos passos. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) anunciou o investimento de 65 milhões de reais na construção de um novo campus no “Parque das Universidades”, um espaço de 400 mil metros quadrados onde já está abrigada a Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos (Fatec). Além disso, ainda nesse semestre serão iniciadas as obras do Centro Empresarial II, um investimento de mais de 13 milhões de reais, financiado pela Prefeitura da Cidade, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O novo pólo deverá abrigar 50 novas empresas e ser concluído em 2014.

Implantado em março de 2006, o Parque Tecnológico de São José dos Campos integra o Sistema Paulita de Parques Tecnológicos, um projeto da Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento. Atualmente, o núcleo tecnológico ao todo, conta com dois mil profissionais e somente em 2011 os empreendimentos no local faturaram cerca de 2,5 milhões de reais. A previsão, é que dentro de 15 e 20 anos, exista até 200 mil pessoas estudando ou trabalhando no Parque. “A ideia é nos transformarmos em uma cidade tecnológica dentro de São José”, revela a assessora de imprensa.

RM Vale e crise europeia
Todo o desenvolvimento e crescimento do Parque Tecnológico podem ganhar ainda mais força com a recém-criada Região Metropolitana do Vale do Paraíba, um instrumento jurídico que permite o planejamento de questões que envolvem as cidades da região, integradas de forma territorial e econômica. A RMVale, traz entre outros benefícios, o aumento no repasse de verbas estaduais e federais para investimento na região. Para o economista e professor da Universidade de Taubaté, Edson Trajano, a região metropolitana facilita ações de políticas regionais de desenvolvimento. Trajano, que é Doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP), ressalta a importância do Parque Tecnológico para o processo de inovação tecnológica regional, indispensável no aumento da produtividade do trabalho e da competitividade das empresas locais. “Existe consequentemente a contribuição para a ampliação da renda e do emprego regional””, afirma.

O professor acredita também, que nem o cenário econômico mundial abalado deve ameaçar o investimento em empresas de médio porte e nacionais, como as situadas no Parque. Ao contrário, momentos como esse podem abrir oportunidades para esse nicho de negócio se fortalecer e ser a base para alavancar ainda mais nossa economia. “Nas últimas décadas a região cresceu com uma economia baseada nas grandes empresas multinacionais, pode ser um bom momento para mudar esse quadro”, avalia Trajano. Mesmo com a crise europeia ameaçando grandes corporações, por enquanto o Brasil se mantém forte e este modelo de empresas empreendedoras, cada vez mais crescente no Vale do Paraíba, é a prova que o Parque Tecnológico pode ser a “galinha dos ovos de ouro” da nossa região.


Reportagem publicada no Jornal Diário de Taubaté, em 16 de março de 2012.

domingo, 18 de março de 2012

Escola com estilo de primeiro mundo em Monteiro Lobato, recebe selo da Unesco

Foto: reprodução


Além das qualidades e diversas características fascinantes, citei também o problema financeiro que o local enfrenta. Atualmente todos os funcionários do Instituto realizam trabalho de forma voluntária e ainda assim, conseguem oferecer educação de alta qualidade para diversas crianças e adolescentes da cidade e região.

No início de 2012, a escolarecebeu o selo de Reserva da Biosfera pela Unesco. No dia 09 de março, o “Planeta Vanguarda”, programa de cunho ambiental da TV Vanguarda, filiada da Rede Globo no Vale do Paraíba, exibiu uma reportagem sobre essa conquista, ressaltando um de seus principais traços: a preservação ambiental (que além do cuidado com a mata, e biodiversidade natural à sua volta, inclui também ações ligadas à reciclagem e geração de energia renovável). 

O trabalho desenvolvido pelo Instituto Pandavas é realmente emocionante e inspirador. Confira a reportagem na íntegra, neste link.

sábado, 3 de março de 2012

Uma história que simplesmente nos remete "à vida da gente"...

Cena final da novela "A vida da Gente". (Foto: Divulgação/Rede Globo)
Chegou ao fim ontem (02/03) mais uma brilhante obra ocupando a faixa das 18h da teledramaturgia da Rede Globo. “A Vida da Gente”, da estreante Lícia Manzo mal acabou e já deixa saudades.

Já havia comentado aqui no blog sobre todo o trabalho primoroso envolvendo “Cordel Encantado”, antecessora da trama de Lícia. Em “A vida da gente” o telespectador pode acompanhar uma história delicada e doce, recheada de possibilidades nos desfechos entre seus principais personagens. O enredo fugiu do comum e do clichê e conseguiu encantar seu público fiel, aproximando-se da realidade dos encontros e desencontros vividos por cada um. Enfatizando a realista passagem do tempo na vida de cada um e nos levando até mesmo à reflexão.

Mesmo não esbanjando audiência e terminando com média geral de 22 pontos (um dos números mais baixos do horário, desde 2008), a novela primou também na qualidade de imagem, no elenco afinado, na linguagem e trilha sonora poética e em sua excelente fotografia – que confesso, pecou apenas na repetição de alguns recursos.

Agora “A vida da gente” acaba e pra variar, nenhum noveleiro de plantão gosta do desfecho da trama. Quem gosta de fim de novela, afinal? Talvez porque queremos que ela continue, ou talvez, com aparenta esse caso, porque ela realmente nos remete à vida da gente...