quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A pacata cidade já não é mais segura

A cidade acaba de ganhar uma nova Delegacia da Polícia Militar, mas parece que a segurança não veio no "pacote" (Foto: Site Prefeitura)
Monteiro Lobato, pra quem não conhece, é um pequeno município situado no Vale do Paraíba, com uma população em torno de quatro mil habitantes. A cidade é localizada entre São José dos Campos, Campos do Jordão e Taubaté, um dos principais núcleos da região, mas no quesito desenvolvimento, está há quilômetros e quilômetros de distância das vizinhas.

A cidade pouco investe em empregos e não explora como deveria toda sua capacidade para o turismo. Parte da população trabalha, estuda e consome nas cidades vizinhas. Pouco se faz na “pequenópole”. Jovens e adultos carecem de atividades de lazer, que se resumem a reunir-se nos bancos da praça nos fins de semana ou, vez e outra, comer ou tomar algo na única pizzaria de fácil acesso aos moradores.

Como toda cidade pequena, as pessoas andam com tranqüilidade nas poucas ruas que existem. Todos se conhecem, ou ao menos já ouviram falar uns dos outros. Como toda pacata cidade de interior, as pessoas saem para a praça à noite sem medo e pouco se preocupam com grades ou muros imensos cobrindo as fachadas de suas casas. Na verdade, é esse um dos atrativos das pequenas cidades interioranas: o estilo simples e de liberdade, com casas a beira das ruas e janelas a beira das próprias calçadas. É justamente essa paisagem, talvez delicada e harmoniosa, que causa melodia aos olhos daqueles que estão acostumados a grandes centros urbanos onde a tranqüilidade já não existe mais.

Mas o cenário muda mais uma vez quando a sensação é que a pacata cidade, que ganha o nome de um dos mais renomados autores de nossa literatura, parece realmente ter parado. A impressão que fica é que Monteiro Lobato simplesmente se estagnou em quase todos os lados. Cada vez mais a cidade é dominada por furtos, e furtos grandes. Casas são saqueadas, e veículos furtados por bandidos que ninguém sabe identificar. Pelo menos é o que se acredita, já que as próprias autoridades não tomam providências mais rigorosas. A impressão causada em toda a população é que os casos caem no esquecimento ou no descaso dos que mais deveriam se preocupar. Se a cidade não tem infra-estrutura suficiente para combater a onda de assaltos que vem sofrendo, é hora de se movimentar para obter recursos.

O atrativo da prática de assaltos em Monteiro Lobato é justamente a facilidade para entrar em qualquer residência, levar  o que for de interesse e ter tempo suficiente para fugir da mira da polícia ou de qualquer um. Em uma cidade onde todos são vizinhos, é inadmissível esta tal “entrada e saída de bandidos” sem que ninguém veja.

Algo realmente precisa ser feito em cidades como Monteiro Lobato, pois não é justo que aquela população que viaja todos os dias para as cidades vizinhas buscando seu sustento, acorde numa bela manhã para trabalhar, simplesmente sem seu veículo na garagem (fato que aconteceu justamente na minha casa na noite de sábado, 20/08). Não é justo que aquela população que optou justamente por uma vida mais tranquila e talvez saudável, acorde no meio da noite com um revólver na cabeça. Não é justo que a população durma e acorde com medo enquanto bandidos e marginais entram e saem da cidade com o mais puro sentimento de glória. A cidade deve ser pacata, não suas autoridades!

Daniel Corrá

sábado, 20 de agosto de 2011

TV Vanguarda comemora oito anos com campanha a altura de "gente grande"


Mais uma emissora faz aniversário e apresenta uma linda campanha para comemorar a data. A Rede Vanguarda, filiada da Rede Globo no Vale do Paraíba (e que revelou nomes como Geovanna Tominaga, Tiago Leifert e Evaristo Costa) completa oito anos neste mês de agosto. Para isso, o canal produziu uma vinheta especial com seu tradicional jingle cantado por artistas regionais, destacando os contrastes de várias cidades que compõem a região. O trabalho é de primeira linha e o resultado ficou lindo! 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

SBT faz 30 anos e parece finalmente ter chegado à maturidade

(Foto: Divulgação)

O SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) completa 30 anos nesta sexta-feira, 19 de agosto. A emissora fundada e comandada por Silvio Santos foi repleta de períodos de glória durante as últimas três décadas. Sob um elenco de peso e atrações que se tornaram verdadeiros fenômenos, passou a fazer parte fundamental da história da Televisão brasileira.
Nomes como Jô Soares, Hebe Camargo, Gugu, Angélica, Flávio Cavalcanti, entre outros, já passaram pelo casting do canal e programas como “Aqui Agora”, “Show do Milhão” e “Casa dos Artistas”, inventaram um novo modo de fazer televisão.

Em seu auge alcançado no início da década de 2000, o SBT, então vice-líder na audiência incomodava constantemente a Rede Globo chegando a conseguir um feito histórico ao bater pela primeira vez na televisão brasileira o jornalístico dominical “Fantástico”. Na ocasião, exibindo a primeira edição do reality show “Casa dos Artistas”, Silvio Santos conquistou sua maior audiência na história do canal, com 47 pontos de média .

Entretanto, desde 2005 a emissora viu seu posto sendo tomado pela Rede Record, que começou a investir pesado em seus produtos, atacando de todas as formas as concorrentes e copiando os formatos jornalísticos e de teledramaturgia da Rede Globo, além de abocanhar a área artística e de entretenimento do próprio SBT. O canal assume não ter agido de forma correta para frear a concorrente, alterando loucamente sua programação e gerando insatisfação popular, mas começa a mostrar maturidade e reação. A Record, hoje com o crescimento estagnado diante da liderança prometida, deixa de exibir intervalos comerciais para segurar a audiência e altera sua programação frequentemente (somente em 2011, mais de 15 vezes) gerando desconforto perante o telespectador e o mercado publicitário.
Silvio Santos no comando do reality-show "Casa dos Artistas", o maior sucesso do  SBT (Foto: Divulgação)
Enquanto a emissora dos bispos ataca brutalmente a Rede Globo na briga pela liderança, o SBT vem apontando no retrovisor com um objetivo claro traçado: reconquistar seu público e principalmente a tão aclamada “nova classe C”. Em entrevista recente ao Estadão, a diretora artística do canal e filha número quatro de Silvio Santos, Daniela Beyrut destaca o respeito pela Rede Globo e revela o porquê nunca usaram os mesmos métodos da Rede Record para lutar pelo primeiro lugar: “A Record virou chacota, é uma emissora de primeira que não engata a segunda, é o que o mercado fala. A gente nunca se expôs a isso. Estudei a grade da Globo, é uma grade de acordo com o hábito da população brasileira, é uma coisa linda. Você vai no Projac, é uma estrutura de primeiro mundo, é uma fábrica muito bem feita. Eles têm os seus méritos e a gente sempre se enxergou como uma emissora mais nova que tinha mais a crescer”, diz Daniela.

Hoje, aos 30 anos e cada vez  menos dependente das decisões exclusivas (e às vezes mirabolantes) de Silvio Santos, o SBT parece ter finalmente entendido o mercado e seu público alvo. Há algum tempo já não mexe na sua programação, tem investido na linha de shows (seu grande forte) e vive cada vez mais do popular, exibindo séries, desenhos, filmes e novelas “enlatadas” em reprises, que conseguem alcançar níveis de audiência satisfatórios a emissora. Será de fato, um longo caminho de recuperação, mas diante de toda a sua bagagem, o SBT tem todas as chances de enfim, poder desfrutar de sua maturidade.

domingo, 7 de agosto de 2011

O que você faria se ganhasse R$ 15 mil por mês? Pergunte aos vereadores de São José...

Foto: Jornal "O Vale" (Victor Moriyama)
Os vereadores de São José dos Campos vão ficar com o bolso mais cheio a partir de 2013 se o projeto articulado por eles mesmos que prevê um aumento de 80,2% nos próprios salários for aprovado no próximo dia 18 de agosto. A intenção também é votar ainda este semestre uma proposta que aumente de 21 para 27 o número de cadeiras ocupadas na Câmara Municipal.

O salário dos vereadores da cidade vai saltar de R$ 8.320 para R$ 15 mil por mês, e juntas as duas medidas poderão dobrar os gastos com a folha de pagamento dos parlamentares, que hoje gira em torno de R$ 2 milhões por ano.

O Jornal “O Vale” avaliou o impacto da mudança, destacando que economizado este dinheiro, poderiam ser resolvidos parte dos problemas sociais da cidade:
“O gasto extra de R$ 2,7 milhões por ano com salários seria suficiente para construir 44 casas populares no padrão da CDHU, ao custo de R$ 62,5 mil cada uma.
O montante também permitiria a contratação de mais 99 médicos para a rede municipal de saúde com o salário-base da categoria, de R$ 2.310 por mês.
A medida resolveria o problema de falta de profissionais nas unidades de saúde --hoje, o município tem um déficit de 100 médicos.”

Alguns vereadores da Câmara afirmam que existe folga no orçamento da casa e que o aumento não causará prejuízos. Como assim? Folga? Prejuízos?  O dinheiro administrado vem do bolso de todos nós cidadãos, que pagamos impostos altos, com salários 28 vezes menores, para darmos a eles regalias salariais? O dinheiro que ali está não é para gerar lucro ou prejuízo, e sim para servir a população e suprir suas primordiais necessidades da melhor maneira.

O presidente da Câmara, Juvenil Silvério (PSDB) teve a capacidade de declarar que o aumento só ocorrerá decorrente da “compatibilidade” e importância com a profissão “A atividade parlamentar é um compromisso que o vereador assume 24 horas por dia. Sinceramente, esse salário é compatível.”, afirma Silvério ao jornal.

Avisem ao nosso querido líder do legislativo, que todos nós temos compromissos com nossos ofícios, e com a sociedade o tempo todo. Que professores também trabalham em ritmo intenso para formar uma sociedade digna com conhecimento e não ganham aquilo que merecem. Que policiais brasileiros também sacrificam suas vidas diariamente priorizando a segurança da população e ganham em troca um dos piores salários do mundo.

Existem outras prioridades a serem discutidas antes de nossos vereadores rechearem seus bolsos com o dinheiro público, com o dinheiro que é seu, que é meu. Talvez, só depois de realmente exercerem seu papel e conseguirem fazer reparo em problemas gritantes ao nosso redor, seria possível pensar em aumentar ainda mais seus salários nada baixos. Afinal, aposto que não existe nenhum vereador passando fome na Câmara Municipal para querer abocanhar um salário de R$ 15 mil mensais, uma vez que com essa quantia, é possível bancar uma viagem a Europa e guardar “uns trocados”.

Aos vereadores da oposição, fazem bonito na hora de falar aos jornais que são contra a proposta, mas não se vê movimentação nenhuma dos mesmos (talvez juntamente com a população) para impedir a decisão. Mas é claro, vocês realmente acham que eles vão ficar incomodados em ganhar “só” 80% a mais mensalmente?! Assim não dá, São José!

Daniel Corrá 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Jobim dá continuidade a dança das cadeiras e põe em cheque as escolhas de Dilma

Nelson Jobim, demitido do Ministério da Defesa ontem, após declarações polêmicas ligadas a política e ao governo

A presidente Dilma está realmente empenhada na faxina em seu ministeriado antes mesmo de completar um ano à frente ao planalto. No mês de junho, após sucessivas denúncias sobre enriquecimento (relacionado ao aumento de seu patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010), o até então ministro da Casa Civil Antônio Palocci foi o primeiro a cair, puxando o arrastão do governo.

Após a saída de Palocci, nome forte no Planalto, outros nomes se enfraqueceram, como o na ocasião ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que disponibilizou o cargo a presidente, resultando em um simples troca-troca ao assumir o Ministério da Pesca, de menor relevância. Em contrapartida, a então ministra da Pesca, Ideli Salvatti, passou a nada mais, nada menos a ocupar a pasta de Sérgio. A mudança gerou polêmica e colocou em questionamento, o nível de proeminência de cada ministério e de seus condutores.
Mas se Dilma pensava que o pior já havia passado, estava enganada. Como se não bastasse, no começo de julho foi a vez do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PP) deixar o cargo após uma série de denúncias na pasta. Junto com Nascimento, mais de 20 integrantes do ministério perderam seus cargos. 

Em Brasília, políticos e escândalos protagonizam e sempre protagonizarão a mesma novela, até mesmo quando o enredo não envolve corrupção. A mais nova vítima da poderosa limpeza de Dilma Rousseff (que deve estar apenas no começo), nada mais é que um dos mais longevos ministros na administração petista, Nelson Jobim (PMDB). Agora ex-ministro, Jobim se viu obrigado a deixar o Ministério da Defesa após sucessivas declarações polêmicas ligadas a política e ao governo. Na semana passada, em entrevista ao canal virtual da Folha e UOL, Jobim afirmou ter votado em José Serra nas eleições de 2010, por sua relação forte de amizade com o tucano há anos. Os ânimos em volta da revelação do ex-ministro pareciam começar a se acalmar esta semana, quando a revista Piauí divulgou novas declarações do peemedebista, criticando a atuação de Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann no governo. Segundo a publicação, ele havia declarado que Ideli é “fraquinha” e Gleisi “nem sequer conhece Brasília”. Foi o basta na situação, e mesmo sendo um ministro respeitado, tendo comandado reformulações na malha aérea e ficado à frente da criação da Comissão da Verdade, e das operações que expulsaram traficantes do complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, Jobim não ficou ileso.

A demissão de Jobim, é apenas o início da faxina que Dilma terá que fazer no Planalto para não desgastar sua imagem publicamente
Alguns julgam as declarações de Jobim atrapalhadas, antiéticas e desnecessárias (e realmente são). Já o próprio peemedebista confirma que elas estão completamente fora do contexto citado na entrevista, o que também parece ser uma forte hipótese, diante do sensacionalismo provocado pela imprensa a cada vírgula excedida por personalidades de conhecimento público. O fato, é que independentemente do desconforto causado, ou da má interpretação das palavras de Jobim, a demissão tem um motivo claro: Dilma não quer expor o governo a polêmicas na mídia e deixar sua imagem ainda mais desgastada com os freqüentes escândalos de Brasília em seus primeiros meses de administração.

Nelson Jobim sempre impôs respeito e seu caráter o manteve afastado de esquemas de corrupção ou qualquer sujeira política e já atuou nas administrações de Fernando Henrique Cardoso e Lula. Foi absolutamente infeliz e deselegante em suas declarações, transmitindo a sensação que realmente não queria mais permanecer no governo e sua demissão, foi apenas o começo da “faxina” que Dilma deve fazer no Planalto até 2012, antes que enfraqueça publicamente. Parece que a presidente começa aos poucos mostrar sua personalidade e seu poder de atuação, e é realmente necessário corrigir os problemas o quanto antes. Mas vale lembrar, ninguém está ocupando uma pasta à toa no governo. Se está ali, foi porque Dilma escolheu e confiou. Até então, parece que a presidente tem se decepcionado em suas escolhas...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Chaves, o humor atemporal que preserva a verdadeira forma de entretenimento

Mesmo após quase 30 anos no ar, o seriado continua sendo uma das maiores audiências do SBT, incomodando a concorrência
Após completar 40 anos de existência no mês de junho, o seriado “Chaves”, exibido pelo SBT, mostra que ainda têm muito fôlego e sabe preservar seu sucesso. Produzido pelo canal mexicano Televisa, a série teve início no Brasil em 1984, sendo reprisada diariamente nos mais diversos horários pela emissora de Silvio Santos.

A história do garoto pobre e órfão que mora em um barril e vive suas aventuras com os amigos de uma pequena vila é consenso de sucesso e sempre serviu para alavancar a audiência do SBT. Segundo o Ibope, o maior pico de audiência de Chaves ocorreu em 1990, com 36 pontos (cada ponto equivale a 60 mil televisores ligados). Atualmente os números da emissora não são mais os mesmos, mas ainda assim, o seriado vem alcançando ótimos índices de participação, ultrapassando até mesmo a Rede Globo no horário vespertino, sendo um dos programas mais vistos do SBT. No mundo todo, a atração já foi vista por mais de 350 milhões de telespectadores, entrando para o "Guiness Book" em 2003 como uma das mais populares de todos os tempos.

No início do mês de agosto, em comemoração aos 30 anos do canal, o SBT remasterizou e passou a exibir na faixa noturna os famosos “episódios perdidos” da série, guardados em seus arquivos há anos e apresentados pouquíssimas vezes na programação. Desde então, “Chaves” vem conquistando a vice-liderança isolada no horário, obtendo 10 pontos atingindo 10.4 de média, com o episódio “Panqueca pra dentro, barriga pra fora”. No mesmo horário, a Record marcou 6.9 e a Globo foi líder isolada com 29 pontos.

Qual seria o segredo para que mesmo após 40 anos (quase 30 de exibição no Brasil) um seriado com um humor tão simples e inocente, ainda seja sucesso de audiência e cative o público de maneira tão singular? Todos já sabem as piadas e sequências das cenas de “cor” e salteado, mas continuam a gargalhar em frente as aventuras do garoto do barril. Geração após geração é conquistada por este humor absolutamente atemporal, que pode fazer rir qualquer um. A simplicidade da atração não exige público alvo, fazendo com que todos se identifiquem e apreciem a inocência do enredo, das piadas e personagens. Bom seria, se a televisão ainda tivesse programas tão duráveis, que preservassem sua fórmula sem apelos, e pudessem verdadeiramente servir do mais puro entretenimento para a família brasileira.